sábado, 30 de abril de 2011

Minha Romeirinha (para Gabriela)




Vai menina, para seu mundo de encantos.

De flores e sons.

Lugar de sua inspiração.


Onde é mais alegre

Quanto mais colorido,


Com um sorriso

Que faz a vida se render,

Lhe desejar e defender.


Minha companheirinha dos dias,

Amiga do tempo,

Romeira do mundo.


Que voem seus passos!

Acompanharei com meu coração alado


Vai meu abrigo!

Caminhe. Estou contigo.

Sempre estive!


Lhe fiz e refiz-me.

Refaça-se -sempre!

Vá de passos leves e olhar profundo.


E de vez em quando, venha....

Também preciso de morada.

(Léo Haua)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Tempo Livre - 4 horas, 4 dias


(Léo Haua)
Meus companheiros andam desesperados,
Como os faróis embriagados às 4 horas da manhã.
Velocidade alta e percepção alterada,
Buscando o lugar mais rápido de chegada.

Meus companheiros estão dispersos,
Espírito cansado e corpos feridos,
Querem respostas rápidas,
Resistem por instinto.

Mas estão atentos, reconhecem nosso signo.
Não abandonarão as trincheiras.
Essas feridas, sejam curtidas ou cultivadas,
Precisam de tratamento, serem lambidas.

Chegou a hora de lutar pelo tempo,
Somos feitos de outra matéria,
Diferentes de qualquer mercadoria,
Só em nós, há sonhos e melancolias.

Somos nós os portadores deste desafio,
Os zeladores das pedras de Sol,
Esses não nos abandonaram.
Chegou a hora da preparação dos planos.

Precisamos lutar pelo tempo da canção!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mamutes e Amores

(Marcelo Campello)
Escrevia eu de Mamutes, concentrado em minha tese!
Em meu quarto a lamparina cansada, eu forçava um ensaio!
Mamutes, paquidermes? Quase isso, que abuso!
Enfim, arrombando as paredes, aparece o tipo raro!
Era ele, onipresente derrubando toda a casa!
Retorcendo o marfim em minhas páginas...

Bom, depois foi impossível seguir o estudo!
Ele estava ali, presente! Abusado! Já não era mais possível
Escrever sobre o Mamute... Me pisava!
...
Escrevia eu de Amores, concentrado em minha tese...
Que assunto delicado!
Tranquei a porta assustado!

Outubro Rubro: À DERIVA



Outubro Rubro: À DERIVA:
(Marcelo Campello)

Vou soltar um pouco as rédeas,
Confiar a meu cavalo, meu caminho.

É eterna a nebllina que me envolve
Minhas pernas sao tranquilas e deslizam
Pela relva e pelo instinto, sem mistério!

Ver que os deuses jogam cartas
E os ciganos, dos sinais não me revelem
e nem me avisem o que os astros em seus ciclos,
profetizam...

Afrouxar maneiro as velas e de leve
Vou mirar pela escotilha percebendo
Qual o mar me navegou durante a noite
e onde ancora já bem tarde, meu navio

Descobrir de novo a praia... e as sereias
Que florestas me devolvem!
Que deserto se reserva a meu destino!

Vou soltar assim, de leve, as rédeas...
A maré vai definir meu desafio!
E respostas não procuro. Tenho alma e
O caráter é quem molda meu futuro!

Fazendo o mundo girar



Vejam essas crianças.
Brincando de ciranda,
Fazem o mundo girar!
(Léo Haua)

Nossa verdade: aos que lutam!


(Ana Claudia Tavares)
Vocês me agradecem e dizem:
Parabéns!
Mas sabem e comemoram
Pois a vitória é de cem
Ao menos, mas são muitos
E o êxtase em meio à agonia
As unhas que quase acabam
Na espera, na expectativa
Surgem as pérolas do dia
Da angústia que guia
Ao cigarro que acaba
Seguimos por trechos áridos
Com a força dos que aguardam
Enquanto lutam
Bravos!
Que nos empurram no cansaço
E os orixás parecem alinhados
Ao lado
Abrindo caminhos
E nos empolgam
As mínimas conquistas
Porque sabemos
Que cada sorte
É fruto de empenho
E energia viva
Do povo que levanta
Disposto e grita:
Seremos livres!
Venceremos!

Libertação


(Ana Claudia Tavares)
Liberto-me das fitas
Que me quero louca
Envolta em melado
Tocar a brisa
Luzes que refletem água
Amores que vivo intensos
Carinhos, pois me pertenço
Num mergulho lúcido invento
Até cansar de rima ou verso.

A vida que em mim vive

(Léo Haua)
Insegurança gela meus pés,
Sinto agonia de minha criança.

A vida que em mim vive,
Perdeu seu raio de Sol.

Sombras impõem o medo,
Não me reconheço no que vejo.

Busco nos olhares
Os caminhos para primavera.

Mas eles fogem e me procuram
Alimentados por dúvidas.

Meu banquete é de realidade e sonhos,
Minha sobremesa são os vícios.

Espero ansioso que um pássaro de sol,
Pouse em meu ombro no caminho da esperança.

Dançando a caminho da liberdade


(Léo Haua)
Vou entregar meu sorriso,
Que anda cansado e com medo,
Encolhido no canto dos meus desejos.

Esse cansaço não se remete a idade,
Mas a velocidade!
Que espanca a esperança.

O horizonte se aproxima,
Me coloca novamente frente à imensidão,
Trazendo-me massas com voz e dores.

O berro rompe o silêncio do meu pranto,
E bandeiras dançam a caminho da liberdade.

Incompleto, retorno a morada dos risos,
Trazendo o Sol em meus olhos e um girassol no cantar.

Toco e o Universo Expande


(Léo Haua)
Amor Presente

Toco seu corpo
Universo se expande,

Brilhos e sons,
Densidade e presença,

Sentida e complexa
Tudo e vida.

Sentimentos, instintos
E razão avançada.

É estrada de Sol
Em tempo noturno,

Caminho de luz,
De carne um abrigo.

Passos de gentileza,
No chão de combate.

Descanso dos olhos,
Canção de gemidos.

Sopro de alívio
De um sono sem paz....

Companheirando


(Léo Haua)
Venha amada, nesse tempo noturno
Brincar de claridade.

Mil pés de percorrer caminhos,
Mil mãos de alcançar estrelas.

Servir de vinho e infinito
As idéias secas – de cercas.

Ser e vir armados,
Amados em sutilezas.

Venha, deite-se sobre o meu sorriso,
Pelos seus motivos – Me faço revolução!

Construo com seu corpo
O meu gosto em sua saliva.

No seu pescoço guardo em segredo,
Meu abrigo do medo.

Esperançando o Sol,
Amanhecendo fogueira,
Clareando...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A MENINA NA CAVERNA

(Marcelo Campello)
Entrei naquela caverna, ali uma menina
Chorava escondida, desesperada dizia:
- Meu tempo vai acabando, estou fria!
Desejei poupar-lhe de sua notícia-sina!

Voraz devorava o mármore! Seus caninos
e a gengiva em sangue mastigavam o vício.
Meu coração ouvia e badalava em sinos...
Búfalos em marcha sobre a derme de silício.

Deitei ali ao lado, uma cantiga fez a voz
Balançar em minhas cordas, que sem nós
Serviu como carinho, embalada ela dormiu!

Tenho pouco, quase nada! Mãos vazias, trago
Assim uma palavra, uma frase ou um fuzil
Meu abraço é abrigo a um amigo! Um afago!

Ou um tiro...
Meu refúgio é como exílio de naufrágios!

Menina Dourada


(Gabriela dos Santos Haua)

Uma menina dourada,
Quase pelada.

Não sei se é criança,
Ou se é peixinho do mar.

Brinca na praia,
Mora na praia
E na praia quer se casar

Com um menino dourado,
Quase pelado.
Que nada melhor do que anda

E juntos vão criar seus filhinhos, peixinhos
Brincando nas espumas das ondas


Sabiando seu caminhar ( para as minhas Romeiras)


(Léo Haua)

Caminhar...
Por todos os descaminhos,
Por onde passou seu sorriso

Conhecer...
Cada retalho colorido,
Que costurou sua alma.

E ouvir...
Sua voz e seu canto,
Como letras cifradas

Sem temer...
O longo futuro
Gestado no céu de sua boca.

Amanheceu cor púrpura



(Léo Haua)
Amanheceu cor púrpura,
Eu, que acordei cedo, vi.

Os que passaram a noite acordados
Por medo do escuro,
Ou pelo prazer de tê-lo, também.

Acordei querendo um girassol na janela,
Colocar a vista o querer do peito.
Além dele o que sobra?

Os que te encontraram púrpura
Por prazer de girassóis serem,
Agora dormem sem sonhos ou pesadelos.

Os que te encontraram púrpura
Por medo do escuro ou no escuro protegeram-se,
Agora dormem no girassol do dia.

Leve-me criança, a sua ciranda de desafios


(Léo Haua - Homenagem as jovens militantes socialistas)

Num campo de flores que falam,
De fadas, ciganas e sereias.
Uma menina...

Uma menina?!

Mas aqui é lugar dos encantados,
Dos que se vestem de lírios
Das que se vestem de lírica.

Mas ela é a senhora dos encantos,
A comandante dos malditos,
A que criou o vinho.

O vinho?

Encantou a serpente,
Comeu a maça, fez brincos dos caroços.
Lambeu o suco, salivou em suas mãos,
E esfregou no seu rosto.

E o vinho?

É a bebida dos malditos,
Que sobre seus delírios
Vestem-se de lírios e líricos,
Encantados e encantadores

Fechem os olhos. Repitam comigo:
Saia! Vá embora! Rejeitamos os malditos!
Repitam de novo: Saia vá embora! Não me encantam, é só delírio!

Chega, abram os olhos,
É tão bonita! É uma menina...
Leve-nos criança, a sua ciranda de desafios.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Psiquiátrico?

(Léo Haua)

I
Afetos e desafetos
Costuraram o sorriso que carrego hoje.

Que brilha ao luar,
E se abre como flor ao novo.

Incertezas alegram o caminho
E sorriem com segurança.

O corpo reage a instintos
E a razão busca-se, não em vão.

Desafios? Tenho.

II

Um dia sem cantos e desencantos,
Como uma tarde de brisa aos sábados.

A angústia do tempo
Envolvem-nos com a raiz do medo

Pensamentos como beija-flores,
Rápidos me dispersam.

Tornando maior a angustia,
Do vazio que cresce como lua cheia.

Até que palavras se encontram,
Que encontram os sentimentos.

Sentimentos presentes, passados e vindouros,
Lançando encantos à razão.

E leve como seda perfumada,
Um fio fino tece um verso.

III

Como uma criança no escuro,
Desesperado, procuro – me,
Nas paredes do labirinto do que sinto.

Vou construir uma casa de barro,
Para zelar pelo sossego.

Ao horizonte voa meu lenço vermelho
Que dança leve e afiado.

Convidando-me a voltar a trilha,
De mata fechada e cheiro forte.

IV

Vou entregar meu sorriso,
Que anda cansado e com medo,
Encolhido no canto dos meus desejos.

O horizonte se aproxima,
E me coloca frente à imensidão,
Trazendo-me massas com dores e voz.

Um berro rompe o silêncio do meu pranto,
E bandeiras dançam a caminho da liberdade.

Completo, retorno a morada dos risos,
Trazendo o Sol em meus olhos e um girassol no cantar.

V
Insegurança gela meus pés,
Sinto agonia de minha criança.

A vida que em mim vive,
Perdeu seu raio de Sol.

Sombras me impõem o medo,
E não me reconheço no que vejo.

Busco no seu olhar
Os caminhos para primavera.

Mas eles fogem e me procuram
Como todos que se alimentam das dúvidas.

Meu banquete é de realidade e sonhos,
Minha sobremesa são os vícios.

E espero ansioso que um pássaro de sol,
Pouse em meu ombro no caminho da esperança.

Cantiga

(Léo Haua)

Quero sabiar o seu caminhar,
Com cantigas de alvorecer.

Trazendo girassóis em revoada,
Fazendo quem é dono temer.

Liberdade e euforia pelo novo
Brilharão em seus olhos,

Escorrerão de sua boca
E eu, em alma e corpo,

Prantos e risos,
Saciar-me-ei.

Amor Militante


(Léo Haua)
Sentindo o cheiro que me encanta,
Do nosso suor em seu pescoço.

Rebelo-me contra tirania!

Onde for e irei
Encontrarei sua bandeira vermelha

Em tempos noturnos
Brincamos de estrelas

NESSE ASSENTO, NOSSO LUGAR...


(Léo Haua)
Quero sentar ao seu lado,
Observar como tudo rápido gira
Entregar-lhe minha mão
Para que derrame sua aflição

Respira, acalma, apazigua.
Nesse assento, nosso lugar,
Não é espaço de batalhas,
Deite em silêncio suas dúvidas em meu colo

Levantaremos quando estivermos prontos
Voltaremos a cada suspiro de cansaço ou prazer.
Não teremos, é verdade, sempre o mesmo ritmo.
Mas a razão supera o instinto,
Sem moralismo o verbo se faz canção.

Não confio no destino,
Mas nos desafios e no nosso alvorecer.
Meus passos acompanham e compõem seu horizonte
Seus olhos o meu amanhecer.

Na poeira púrpura da estrada,
No raio de Sol dos meus olhos
Ou simplesmente no sofá da sala
Será sempre um assento para dois.

O Eco, a Sombra e as Estrelas

(Marcelo Campello)
Pouco tempo resta pra decidir a rota: - Capitão!!
Gritam: - Faz chorar a pedra! Essa é a tarefa!
Ampulheta que fratura a hora e dilacera a pressa!
Eis minh’obra dedicada à idade e a multidão!

Vendo a memória, ninguém se interessa!
A cidade que ergo em meu verbo! Dédalo
Rasgando cada projeto e um beijo do objeto!
Resta uma dança para a despedida. Valso!

O anel ao dedo médio da menina mais sincera!
A escala domestica a fera, e meu lenço se encharca
de lembrança... Iço as velas, mordo as rédeas!

Encilharam meu cavalo, e meu nome vai bordado
Na bandeira hasteada, e meu eco acompanha o vento
Dorme a sombra, o instinto decidido berra: - Fica!

FANTASIA MIGRANTE


(Marcelo Campello)

Ponganle ojos cumpadres!
Diz ser corsário! Não creio...
Tem ar de delírio e amores
Nas margens do devaneio.

Tomem cuidado! É certo
Sua alma de profeta e o cajado
Vai rijo à mão esquerda... Profano
Diz ser cigano e fuma cigarro

Como um poeta, diz que vicia
Sua palavra imita a magia,
Grafia homeopática. Vigia!
E lê nos astros nosso destino!

Diz ter origem no Ganges
Que vem pra lá do Himalaia...
Cuidado! Fez um castelo do verbo
De verso fez a Cidadela...

Como um inseto, transmuta
E nutre-se como uma epífita
Crisálida sem casulo, caverna!
O fato concreto revela: é desempregado e migra!

PEDRA DE CHAMA


(Léo Haua)
Faz tempo caminho,
Com essa pedra de sol em meu bolso.

Não é brasa! É pedra de chama!
É pedra de chamar.

Mas na velocidade dos carros,
Das botinas, dos congas,

Minha pedra que chama,
Vive de poucas respostas,
Mas queima.

Apresento com calma,
Ela bonita, tem poder de encantamentos.
Deixo que a toquem.

Brinquem com ela!
Atirem!
Até que nasça uma em seu bolso.

Uns plantam árvores,
Querem para hoje
O que perdure

Uns querem flores,
E que a alegria
Faça – se luz e clareie

Eu, mas não só eu,
Quero um arsenal de pedras de chama.
Que alegrem milhares de meninos

Perpétuo será nosso lançar,
Contra tudo que edifique,fixe-se.
E serão tantas que mais de um Sol brilhará!