domingo, 10 de junho de 2012

A história da cabeça que fugiu dos pés!

A história da cabeça que fugiu dos pés!


Criança! Ouça que história mais linda... e louca!
Certa vez, varias sementes, de muitas formas e cores, foram espalhadas sobre a terra. Muitas espécies buscaram sobreviver com muito esforço.
Foram crescendo, como podiam, desenvolveram-se com habilidade, persistência e muita estratégia!
Cada uma elevava-se o máximo que podia, estendendo cada galho ao céu mais infinito!
As grandes árvores exibiam galhos cada vez maiores e altos, mas à medida que cresciam, afastavam-se uma da outra, já que a terra é uma esfera!
Não entenderam? Então eu explico:
No início, os troncos mais altos, pareciam crescer bem paralelos, mas quando eu olhei lá do espaço sideral, percebi que cada cabeça, de cada árvore, estavam mais longe uma da outra! Assim, ficou cada vez mais difícil para que elas pudessem trocar ideias.
No inicio gritaram muito, mas uma já não escutava a outra e foram ficando surdas e mudas... Que pena, parecia agora que já eram independentes e não precisavam mais uma da outra. 
As cabeças estavam muito, muito, muito, muito longe mesmo!
Elas seguiram em direção ao espaço, velozes, imponentes, o que fazia piorar muito mais o dificultado diálogo, já que o som não se propagava no vácuo!
Mas sei que para cada centímetro que uma crescia para o alto, outro centímetro era necessário que crescesse para baixo, garantindo a cada uma, as raízes fortes para sustentar o equilíbrio e a resistência que se exigia para as tarefas do desenvolvimento!
La no fundo, sob a camada espessa de folhas, no escuro, junto aos insetos, as raízes iam crescendo para dentro do coração da Terra, e ao contrario das cabeças, aproximavam-se sempre e a cada momento, porque caminhavam em direção ao centro.
Cada passo para o alto, exigia um passo para dentro, só assim podiam crescer mais... E assim foram convergindo para um mesmo ponto, até que seus pés profundos tocaram um ao outro, emaranhando-se num outro tipo de diálogo, sem palavra, mas com sentido, com uma alma antiga que lhes beijava... Um abraço carinhoso e amigo. Amalgamaram-se!
Formaram ali, naquele instante, um mesmo abrigo que fez nascer um umbigo na barriga de cada menina e menino, que são os frutos dessas árvores antigas, que agora, pede que cada um cresça também, mas lembrando que para cada passo para o alto, devemos também dar um passo para dentro, como as grandes árvores antigas, que mesmo mudas, conversam contigo e comigo!
Agora vamos lá para o pomar, comer jabuticaba e batucar uma cantiga!
PS: Assim também são os amantes, que quando crescem, pode ser que se distanciem pelo desenrolar dos fatos que a vida exige, calejando os caules, mas suas raízes precisam estar emaranhadas para que um mantenha o outro aquecido sempre num abraço cheio de amor e ternura!
"Essa história é para minha querida e amada Adriana Vilczak, que é minha árvore cheia de vida, mas que agora vai distanciar-se por um momento! Agradeço pela sabedoria que tivemos no momento em que estávamos cultivando raízes bem profundas!!!"

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