Aqui dentro mora um lobo,
(aponto com o dedo indicador para o meu rosto)
Tem dois metros da pata até o focinho,
Pelo branco, grisalho, com os olhos escuros. (Mas é um menino)
Olhos atiçados em buscar novidades,
Gosta de ver o mundo em mudanças.
Anda imponente,
Como os solitários intuitivos.
Que olham de fora do corpo
Pressentem os desígnios.
Gosta do cheiro do colo das meninas
Do som de suas vozes.
Gosta da fumaça do cigarro,
Dos desenhos que ela faz.
Saliva frente a cachaça,
Delírio de vinho.
Animal noturno,
Luz só a minha e a do luar.
Ser das disputas
Alimentado da grande política.
Meu inimigo mais próximo...
Devo cuida-lo e controla-lo.
Amo
e
Temo.
Quando não o levo para passear,
E o deixo correr solto, livre.
Mastiga-me por dentro,
Alimenta-se de tudo que tem luz.
Meus olhos fervem,
Meu corpo, internamente, é mutilado.
Mais vivo,
Mais morto.
Lhe dou placebo , Respiridona,
Rivotril, Lítio e Carmomazepina.
Para que hiberne como um urso,
Ou apazigue como um elefante com amarula.
Doces venenos do nosso convívio contínuo,
Por caminhos distantes, horizontes.
Nessa estória,
Mentira é só minha loucura.
Boa Camarada! Boa mesmo! Lembrei do Lobo da Estepe, obviamente! Vejo evoluções, mas talvez pensaria em enxugar mais alguns pronomes e preposições... talvez suprimir algumas frases mais leves, evidenciando as mais DURAS, como a dos remédios...
ResponderExcluirDestilar o poema até restar apenas o álcool puro! Abraços!
Legal, camarada poema! Vamos publicar isso em algum material gráfico. Abraços! Leandro
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