(Léo Haua)
I
Afetos e desafetos
Costuraram o sorriso que carrego hoje.
Que brilha ao luar,
E se abre como flor ao novo.
Incertezas alegram o caminho
E sorriem com segurança.
O corpo reage a instintos
E a razão busca-se, não em vão.
Desafios? Tenho.
II
Um dia sem cantos e desencantos,
Como uma tarde de brisa aos sábados.
A angústia do tempo
Envolvem-nos com a raiz do medo
Pensamentos como beija-flores,
Rápidos me dispersam.
Tornando maior a angustia,
Do vazio que cresce como lua cheia.
Até que palavras se encontram,
Que encontram os sentimentos.
Sentimentos presentes, passados e vindouros,
Lançando encantos à razão.
E leve como seda perfumada,
Um fio fino tece um verso.
III
Como uma criança no escuro,
Desesperado, procuro – me,
Nas paredes do labirinto do que sinto.
Vou construir uma casa de barro,
Para zelar pelo sossego.
Ao horizonte voa meu lenço vermelho
Que dança leve e afiado.
Convidando-me a voltar a trilha,
De mata fechada e cheiro forte.
IV
Vou entregar meu sorriso,
Que anda cansado e com medo,
Encolhido no canto dos meus desejos.
O horizonte se aproxima,
E me coloca frente à imensidão,
Trazendo-me massas com dores e voz.
Um berro rompe o silêncio do meu pranto,
E bandeiras dançam a caminho da liberdade.
Completo, retorno a morada dos risos,
Trazendo o Sol em meus olhos e um girassol no cantar.
V
Insegurança gela meus pés,
Sinto agonia de minha criança.
A vida que em mim vive,
Perdeu seu raio de Sol.
Sombras me impõem o medo,
E não me reconheço no que vejo.
Busco no seu olhar
Os caminhos para primavera.
Mas eles fogem e me procuram
Como todos que se alimentam das dúvidas.
Meu banquete é de realidade e sonhos,
Minha sobremesa são os vícios.
E espero ansioso que um pássaro de sol,
Pouse em meu ombro no caminho da esperança.