terça-feira, 26 de abril de 2011

Psiquiátrico?

(Léo Haua)

I
Afetos e desafetos
Costuraram o sorriso que carrego hoje.

Que brilha ao luar,
E se abre como flor ao novo.

Incertezas alegram o caminho
E sorriem com segurança.

O corpo reage a instintos
E a razão busca-se, não em vão.

Desafios? Tenho.

II

Um dia sem cantos e desencantos,
Como uma tarde de brisa aos sábados.

A angústia do tempo
Envolvem-nos com a raiz do medo

Pensamentos como beija-flores,
Rápidos me dispersam.

Tornando maior a angustia,
Do vazio que cresce como lua cheia.

Até que palavras se encontram,
Que encontram os sentimentos.

Sentimentos presentes, passados e vindouros,
Lançando encantos à razão.

E leve como seda perfumada,
Um fio fino tece um verso.

III

Como uma criança no escuro,
Desesperado, procuro – me,
Nas paredes do labirinto do que sinto.

Vou construir uma casa de barro,
Para zelar pelo sossego.

Ao horizonte voa meu lenço vermelho
Que dança leve e afiado.

Convidando-me a voltar a trilha,
De mata fechada e cheiro forte.

IV

Vou entregar meu sorriso,
Que anda cansado e com medo,
Encolhido no canto dos meus desejos.

O horizonte se aproxima,
E me coloca frente à imensidão,
Trazendo-me massas com dores e voz.

Um berro rompe o silêncio do meu pranto,
E bandeiras dançam a caminho da liberdade.

Completo, retorno a morada dos risos,
Trazendo o Sol em meus olhos e um girassol no cantar.

V
Insegurança gela meus pés,
Sinto agonia de minha criança.

A vida que em mim vive,
Perdeu seu raio de Sol.

Sombras me impõem o medo,
E não me reconheço no que vejo.

Busco no seu olhar
Os caminhos para primavera.

Mas eles fogem e me procuram
Como todos que se alimentam das dúvidas.

Meu banquete é de realidade e sonhos,
Minha sobremesa são os vícios.

E espero ansioso que um pássaro de sol,
Pouse em meu ombro no caminho da esperança.

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